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Armazém de textos em que alguns até poderão ter piada

sexta-feira, maio 20, 2005

O Mito do Minotauro em versão posd-moderna, Pelo Dr. Dextrose Virudal, especialista em mitologia posd Moderna

Teseu era um rapaz alto e espadaúdo, de feições regulares, louro de longa cabeleira anelada. Tinha frequentado as melhores escolas, guiava um descapotável e era filho do rei da cidade de Micenas, Egeu. Era portanto um rapaz a quem a vida devia sorrir. Mas, por incrível que pareça andava triste, ele e todos os rapazes da sua cidade. O motivo desta tristeza era visível. Praticamente não havia raparigas em Micenas e os rapazes desesperavam. Nas Sex shop´s há muito tinham desaparecido as bonecas de borracha e todos os rapazes ostentavam um braço direito muito mais musculoso que o esquerdo, excepção feita aos canhotos.

Tudo isto por culpa de Minos. Minos era o rei da grande ilha de Creta e tinha decretado que todos os anos, as cidades do continente teriam que entregar-lhe cem raparigas virgens. O contrário significaria a guerra e ninguém queria entrar em conflito com um rei tão poderoso.

Não, Minos não era um psicopata, um tarado sexual. As cem virgens destinavam-se a alimentar (no verdadeiro sentido da palavra) o seu filho Minotauro. Este era um monstro, metade homem, metade touro, resultado de um biscate de Minos com uma deusa e da vingança terrível do marido desta. Ainda criança de colo já o Minotauro corria atrás das garinas cretenses e lhes fincava o dente. O pai, desesperado, teve mesmo de contratar um famoso arquitecto, Dédalo, para lhe construir um palácio-prisão, o famoso Labirinto, onde toda a gente podia entrar, mas ninguém podia sair. Até o próprio Dédalo teve dificuldades em sair de lá (isso de propósito, pela intervenção de Minos), tendo de construir umas asas, para si e para o seu filho Ícaro, o que deu a história do puto que se aproximou do sol e deu com as trombas no chão, registando-se aí o primeiro desastre de aviação da história.

Certo dia, Teseu, já não aguentando mais, chegou-se ao pai e disse-lhe assim:
- Papá. Já não aguento mais! Ou me arranjas um barco para ir a Creta matar o Minotauro, ou ficarás para sempre com a mancha familiar de teres um filho gay.
Egeu ficou preocupado, não com a questão de ter um filho gay, mas que isso ainda fosse parar a um qualquer programa da TVI e disse-lhe:
- Está bem Teseuzinho. Leva o barco de 20 m, aquele que tem velas pretas, mas não te esqueças, na vinda se tudo correr bem, de as mudar para brancas.

E assim partiu Teseu para esta grande aventura.

Chegado a Creta, Teseu dirigiu-se a uma esplanada na praia e deu de caras com uma miúda linda, ainda mais bonita que a Sharon Stone e teve um baque. Mas o mesmo aconteceu com a rapariga, Ariadne de seu nome que pensou:
- Eh pá, este rapaz é quase tão bonito como o Dr. Dextrose Virudal!!!
Foi amor à primeira vista e durante 7 dias e 7 noites nunca chegaram a sair do quarto do motel da praia. Mas finalmente chegou a grande revelação e Teseu disse a Ariadne quem era e o que vinha fazer. Ora Ariadne era também filha de Minos, meia irmã do Minotauro e ficou completamente dividida. Ou não fazia nada e Teseu iria morrer ou o ajudava e quem morria seria o seu irmão. Não é que ela gostasse muito daquele cara de touro, mas a rapariga tinha fortes principios familiares. O assunto foi resolvido da seguinte maneira. Ariadne, cujo nome queria dizer aranha, entregou um novelo de fio a Teseu. Este deveria atar uma ponta do fio na porta do Labirinto e desenrolá-lo à medida que caminhasse. No fim, bastaria enrolar o fio e chegaria à porta. Teseu exultou e prometeu vir buscá-la para a levar para Micenas, depois de matar o Minotauro.

Bem, tudo correu como o esperado. Teseu entrou no Labirinto, encontrou o Minotauro, deu-se uma luta terrível, digna de um filme de Charlie Chan e finalmente Teseu cortou a cabeça ao monstro. O problema é que a luta embriagou Teseu e mal saiu do Labirinto, com a cabeça do Minotauro debaixo do braço, correu imediatamente para o barco.

Mas a aranha em grego é também o símbolo das feiticeiras, as mulheres que tecem as teias do destino. Ariadne depressa percebeu o que acontecera e gritou
– Teseu, pelo gozo que te deu matar um touro, fiquei eu com as hastes – pois bem, nunca tu serás feliz!

E logo Teseu percebeu o sentido daquelas palavras. Esqueceu-se de mudar as velas e o seu velho pai, ao ver o barco regressar com as velas pretas, pensou no pior e se atirou ao mar, que ainda hoje tem o seu nome – Mar Egeu!!!

Teseu tornou-se rei, um lindo rei sem dúvida, devolveu a felicidade aos seus súbditos, inclusivamente conseguiu equilibrar o déficit orçamental da cidade, diz-se que com a ajuda de uma velha horrível, cujo nome se perdeu na noite dos tempos, uma Manuela qualquer coisa... Mas Teseu nunca foi feliz – ficou impotente!!!

4 Comments:

At 2:52 da tarde, Blogger ricardotalves said...

Então o verdadeiro TESEU ficou sem TESÃO isso não é justo hrheheheheh.

Um abraço.

 
At 3:25 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Bemmmm... Muito obrigada, Dr.Virose, pelas boas gargalhadas que dei ao ler esta versão completamente louca e de um humor espantoso!

Só por causa disso, prometo que nunca mais te vou chamar de Dr.Virose...

Beijinhos, Dr.Virose... ops... Dr.Dirudal... hã?

 
At 5:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

É só para dizer que vim aqui, e que coloquei o link deste blog na minha página. voltarei com mais tempo para ler estas coisinhas todas. bjs

 
At 10:08 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Ri à brava com esta "estória" reinventada do Minotauro.
A Manuela qualquer coisa, velha horrível cujo nome se perdeu nos tempos, deu lugar a uns senhores sisudos e sempre mal dispostos (cujos nomes também não ficarão na história ), que também não conseguem equilibrar coisa alguma... coisas de teseu, direi eu !

 

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